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Empresários temem troca de titular

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29/10/2014

As lideranças empresariais do Amazonas temem pela indicação de um novo superintendente da Suframa que não tenha conhecimento suficiente para administrar o modelo Zona Franca, caso seja confirmada a exoneração de Thomaz Nogueira que colocou o cargo à disposição na última segunda-feira.

De acordo com o Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas) o pedido de exoneração do atual superintendente foi natural por ser um cargo de confiança da Presidência da República, que acaba de passar por um processo eleitoral acirrado. O presidente do Cieam, Wilson Périco, acredita que haverá uma reforma ministerial e cada pasta deverá fazer suas adequações de acordo com o grau de confiança dos indicados. “É natural que o Thomaz coloque o cargo dele à disposição. Se vai continuar ou não, nós temos que aguardar”, disse.

Périco acredita na liderança do senador Eduardo Braga para a escolha dos representantes, tanto da Suframa quanto dos ministérios, que não tragam grandes impactos negativos para o modelo Zona Franca. “O nosso temor é sempre ter alguém que não tenha identidade com a nossa região, que não tenha identidade com a atividade industrial, não conheça as nuances que cercam o modelo Zona Franca de Manaus”, assinalou.

No entanto, Périco acredita nos governos de continuidade e que o senador Eduardo Braga, atual líder do governo no Senado, possa interferir positivamente numa possível escolha da presidente Dilma Rousseff. “Então essa é uma preocupação que nós temos e daí entra todo um trabalho, uma vez que o governo que aí está é um governo de continuidade eu acredito que o senador Eduardo Braga tenha um papel muito importante nesse momento, assim como o governo do Estado”, concluiu.

Para a ACA (Associação Comercial do Amazonas) houve um enfraquecimento da Suframa que gerencia a área de desenvolvimento do Estado do Amazonas junto ao governo federal, mesmo com a prorrogação da ZFM (Zona Franca de Manaus) por mais 50 anos.

Para o presidente da ACA, Ismael Bicharra Filho, o atual superintendente tem competência mas ficou de mãos atadas, sem apoio do governo federal. “O Thomaz é um profissional extremamente competente, já demonstrou isso na Suframa e também na Secretaria de Fazenda. Ele não tem apoio de ninguém do órgão, do ministro, do assessor do ministro quando vem aqui”, observou.

Bicharra também teme pela indicação do governo federal para o novo superintendente da Suframa. “É uma pena que nós estamos perdendo um técnico de extremo conhecimento que possivelmente será colocado um burocrata, que não deve ter nenhum conhecimento da nossa realidade e nem deve ser da nossa região como já foi no passado. É essa a grande preocupação que nós temos”, disse.

Dentro do leque de preocupações, Bicharra lamenta a perda do bom relacionamento e da aproximação mantida pelo atual superintendente da Suframa e os setores que movimentam a economia do Amazonas. “Claro que vamos ter reflexos no comércio, também. Será que um novo superintendente, que não é da terra, que não é próximo das entidades de classe, vai ter pulso para isso? Tudo isso é prejuízo, qualquer coisa que saia da normalidade é prejuízo, infelizmente”, lamentou.

Em relação ao Polo Industrial de Manaus outro problema apontado pelo presidente do Cieam é a questão dos empregos, com a economia do Brasil inerte o nível de empregos caiu e as empresas ao invés de estarem aumentando os seus quadros de produção, decidiram reduzir ainda mais. “Porque a economia está parada e isso pode afetar ainda mais o número de empregos no Polo Industrial, afetando as famílias que dependem desse emprego”, alertou Périco.

Ainda segundo Périco, nesse cenário onde o governo federal vem descumprindo o acordo firmado com o Sindframa (Sindicato dos Servidores da Suframa), caso seja deflagrada uma nova greve no início de novembro, a arrecadação do Estado e da União estará seriamente comprometida. “Nós já passamos por isso, nós sabemos quais são os riscos de paralisação de toda atividade industrial consequentemente uma retração no nível de arrecadação de tributos federais e estadual, frisou.

A receita do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias) de todo o Estado a sua grande maioria vem da atividade industrial, caso venha a cair poderá colocar em risco os próximos anos de ação do governo federal e estadual. “No que concerne ao Estado do Amazonas e as ações das cidades, não só em Manaus, mas todos os municípios do nosso Estado”, alertou o presidente do Cieam.

Périco afirma que toda a atividade do país está sendo afetada. No Polo Industrial de Manaus os setores de duas rodas e eletroeletrônico foram atingidos pela crise financeira. “O setor de duas rodas já está sendo afetado há anos e continua sofrendo. O eletroeletrônico que se esperava uma retomada agora no final do ano, não tem dado sinais dessa retomada, então pode afetar todos os setores do Polo Industrial assim como nós estamos assistindo a dificuldade de todas as atividades industriais do país”, concluiu.

Fonte: JCAM

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