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Com um mês de greve da Suframa, comércio e indústria do Amazonas acumulam perdas

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25/06/2015

A greve dos servidores da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) completou um mês no último dia 22 de junho. Representantes de indústrias instaladas na Zona Franca de Manaus (ZFM) e do comércio da cidade reclamam de prejuízos e a demora na liberação de mercadorias dos postos de fiscalização. Entretanto, o Sindicato dos Servidores da Suframa (Sindframa) garante que medicamentos, alimentos e materiais médico-hospitalares estão liderados na totalidade.

O presidente do Centro das Indústrias do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, estima perdas de mais de US$ 150 milhões. “Vivemos um momento de crise de confiabilidade por parte dos consumidores e dos investidores e atividade industrial sofre com isso”, avalia Périco. Já o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Amazonas (FCDL-AM), Ezra Benzion, calcula perdas de R$ 70 milhões no comércio. “Alguns produtos estão faltando. Esperamos que essa situação se resolva logo”, diz.

A legislação brasileira assegura o direito à greve, mas exige que seja mantido um quadro de 30% de servidores ativos. O Sindframa afirma que está cumprindo a lei. “Desde o início da greve, foi acordado que iríamos passar automaticamente medicamentos, alimentos e materiais médico-hospitalares. Qualquer outra informação é inverídica, para colocar a sociedade contra os servidores da Suframa, o que é uma pena, pois estamos lutando pelo modelo Zona Franca que gera lucro apara os empresários e emprego para a sociedade”, diz Anderson Belchior.

Os servidores da Suframa deflagraram a paralisação após o veto da presidente Dilma Rousseff à Medida Provisória 660 (MP 660), que reestruturaria o plano de cargos e carreiras da autarquia. A votação do veto pelo Congresso Nacional aconteceria no dia 16 de junho, mas foi adiada para o próximo dia 30. Eles dizem que vão manter a greve até o Governo fazer uma nova proposta ou a derrubada do veto.

Representantes de entidades econômicas e políticos culpam o Governo Federal pela situação da Suframa. Eles consideram que Brasília tem sido negligente com a autarquia nos últimos anos. “A greve é um empecilho causado pelo Governo. A Suframa tem sido desprestigiada e empurrada com a barriga nos últimos cinco anos. Esse tratamento torna o pleito dos servidores totalmente legítimo”, avalia Wilson Périco.

“Vejo a situação com muita preocupação. Com 30 dias de greve o Governo Federal não ata e nem desata”, diz o deputado estadual e economista Serafim Correa. O parlamentar também duvida que o Congresso Nacional derrube o veto da presidente. “Precisamos que 257 deputados federais e 41 senadores votem a nosso favor, não sei se nós teremos isso”, avalia. A soma das bancadas federais dos estados de Rondônia, Amazonas, Amapá, Acre e Roraima. Juntos totalizam 40 deputados federais e 15 senadores.

Prejuízos


Empresas de transportes de cargas no estado dizem que mais de mil carretas com 22 mil toneladas de mercadorias avaliadas em quase R$ 400 milhões estão paradas em cinco portos de Manaus. O destino das cargas seria indústria, comércio e serviços na cidade.

Os 75 mil associados da Associação Comercial do Amazonas (ACA) ainda não calcularam os prejuízos causados pela greve. Mas estimam que possa aumentar com chega do Dia dos Pais e afete até o Natal. “Já houve um prejuízo muito grande no Dia dos Namorados e provavelmente também prejudicará o Dia dos Pais. Além disso, os fornecedores não estão querendo vender para o Amazonas por causa da retenção de mercadorias. Isso é muito ruim, principalmente porque somado a isso, estamos passando por uma crise econômica”, diz o presidente da ACA, Ismael Bicharra.

Já a FCDL-AM avalia que houve melhora na liberação de mercadorias desde o último fim de semana, mas acredita que em breve o consumidor amazonense pode sentir as consequências da demora no bolso. “Esperamos que a greve acabe o quanto antes. Se se prolongar por muito mais tempo, a população vai começar a sentir o efeito com aumento de preços por causa da escassez de alguns produtos”, opina Ezra Benzion.

Para o deputado Serafim Correa, caso isso aconteça, a sociedade pode se voltar contra os grevistas. “Nenhuma sobrevive sem o apoio da sociedade. Faço um apelo para que os envolvidos reflitam sobre se esse é o melhor caminho ou a conversa. Por outro lado, o Governo Federal não abre um diálogo, uma conversa. O Governo tinha que ser mais sensível ao assunto”, avalia.

Fonte: Portal Amazônia


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