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BC projeta queda de 0,5% do PIB em 2015 e inflação de 7,9%

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26/03/2015

O Banco Central projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro vai cair 0,5 por cento neste ano, vendo chance de 90 por cento de estouro da meta de inflação em 2015, mas indicando um quadro melhor para os preços no ano que vem, reforçando apostas no fim do aperto monetário em abril.

Segundo o Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira, a alta do IPCA atingirá 7,9 por cento neste ano segundo o cenário de referência, ante previsão anterior de 6,1 por cento. Em 2016, o IPCA subirá 4,9 por cento, ante estimativa anterior de 5,0 por cento.

A meta de inflação é de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos. O indicador alcançou em fevereiro 7,70 por cento em 12 meses, maior nível em quase uma década.

"O BC jogou a toalha em relação à inflação este ano. Mas para 2016, a projeção é otimista. Acho pouco provável inflação de 4,9 por cento no ano que vem, minha projeção é 5,9 por cento, a não ser que seja mais um ano de recessão", disse o economista - chefe da Canepa Asset, Alexandre Póvoa.

Para Póvoa, ao indicar desaceleração nos preços para o próximo ano, o BC sinaliza fim do atual aperto dos juros. "Nossa avaliação é que haverá mais uma alta de 0,25 ponto percentual em abril, com o BC informando que paralisará o aperto."

Mas ao piorar drasticamente a previsão de inflação para este ano, o BC avaliou que os esforços para controlar os preços têm sido insuficientes.

"Para o Comitê, contudo, os avanços alcançados no combate à inflação -- a exemplo de sinais benignos vindos de indicadores de expectativas de médio e longo prazo -- ainda não se mostram suficientes."

O BC iniciou em outubro passado um novo ciclo de aperto monetário e elevou a Selic em março em 0,50 ponto percentual, para 12,75 por cento ao ano.

Diante da pressão dos reajustes de preços administrados e da valorização do dólar, o BC já não vê mais a inflação iniciando trajetória de queda em 2015, avaliando que os preços deverão continuar elevados este ano.

Com a inflação alta e apesar do cambaleante ritmo da atividade, especialistas consultados em pesquisa Focus do próprio BC veem que o aperto monetário ainda não terminou e projetam a taxa básica de juros a 13,00 por cento no final do ano.

No cenário de referência do relatório de inflação, o BC considerou o dólar constante a 3,15 reais e a taxa Selic no patamar de 12,75 por cento.

Ainda no cenário de referência, a probabilidade estimada pelo BC de a inflação ultrapassar o limite superior do intervalo de tolerância da meta se situa em torno de 90 por cento em 2015 e de 12 por cento em 2016.

A atividade fraca é outro fator que leva alguns analistas a antever fim do aperto monetário no fim do próximo mês.

"Sinceramente, não acho que o BC esticará o aperto para além de abril por causa da atividade, que tende a ser mais fraca ainda do que o BC estima", disse o economista-chefe do BESI Brasil, Jankiel Santos. Também ele aposta em mais uma alta de 0,25 ponto percentual na Selic no fim de abril, com o BC encerrando o ciclo para avaliar efeitos das altas já efetuadas.

Em termos de atividade, a retração de 0,5 por cento projetada para a economia este ano foi calculada considerando retração de 6 por cento na formação bruta de capital fixo (FBCF), uma medida de investimento, e de 2,3 por cento na indústria. Considerou, por outro lado, expansão de 0,1 para o setor serviços e de 1 por cento para a agropecuária.

Para o consumo das famílias e do governo, o BC indica alta de 0,2 por cento e de 0,3 por cento este ano, respectivamente.

Em relação à política fiscal, o BC avalia, por meio do Relatório de Inflação, que aumentos recentes de impostos, ações para redução de gastos públicos e para a execução pública compatível com a arrecadação de tributos, "refletem o comprometimento com o alcance das metas de superávit primário para 2015 e para os anos seguintes".

Para este ano, a meta de superávit primário é de 1,2 por cento do PIB. Para alcançar o alvo, o governo implementa um duro ajuste das contas públicas, mas enfrenta resistências no Congresso para colocar todas as medidas em prática.

Fonte: DCI

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