CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas

Notícias

Analistas projetam alta da produção industrial, após dois meses em queda

  1. Principal
  2. Notícias

03/03/2015

Ajudada por uma baixa base de comparação e por questões técnicas relacionadas ao ajuste sazonal feito pelo IBGE, mas sem fôlego para uma trajetória de retomada, a indústria deve ter começado o ano em alta, avaliam economistas. A estimativa média de 21 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data aponta que a produção industrial avançou 1,1% entre dezembro e janeiro, feitos os ajustes sazonais, após dias quedas nas comparações anteriores.

As projeções para a Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF), a ser divulgada amanhã pelo IBGE, estão em sua maioria no campo positivo, mas vão de retração de 0,6% até aumento de 2,3%. Como, no entanto, há dúvida em relação ao efeito da dessazonalização sobre o resultado mensal, mesmo os analistas que preveem desempenho mais forte da produção não veem o dado como possível reação do setor. Além da piora do ambiente econômico na virada do ano, dizem, a atividade industrial, na comparação com igual mês anterior, deve recuar pelo 11° mês seguido.

Essa é a percepção de Leandro Padulla, da MCM Consultores, que prevê de 1,3% para a produção em relação ao último mês de 2014, compensando apenas apenas parte do tombo de 2,7% observando em dezembro. Alguns indicadores acompanhados para antecipar o comportamento da indústria cresceram no período, afirma Padulla, mas mesmo assim não é possível afirmar que o setor mostrou alguma melhora. "Tivemos dois meses de queda. Era de se esperar que houvesse algum movimento de reversão em janeiro".

Além da alta sobre uma base fraca, Padulla destaca que há dúvidas em relação ao ajuste sazonal deste mês, algo que já ocorreu no dado de dezembro. Dependendo da dessazonalização que o IBGE escolher, é possível que, com a mesma estimativa da MCM para a variação da produção industrial frente a janeiro do ano passado (queda de 5,9%), o resultado na comparação com dezembro fique bem diferente, explica o aumento projetado para o primeiro mês do ano como um ajuste, após dois meses muito ruins.

Rodrigo Nishida, da LCA Consultores, menciona que índice usados para prever o desempenho da produção apontaram para ambos os lados em janeiro, mas não são compatíveis com um ganho de fôlego mais consistente da atividade nas fábricas. Sempre considerando o ajuste sazonal da LCA, Nishida observa que a produção de veículos medida pela Anfavea (entidade que reúne as montadoras do país) caiu 0,7% na passagem mensal, enquanto as vendas de papelão ondulando e fluxo pedagiado de veículos das estradas subiram 1,5% e 0,2%, respectivamente.

"Uma alta de 2% da produção em janeiro é perfeitamente plausível, mas será mais um resultado estatístico, devido ao ajuste sazonal e às quedas elevadas no fim do ano passado", diz Nishida, que não vê possibilidade de retomada nos próximos meses.

Depois de a LCA incluir um racionamento de energia em seu cenário para 2015, o analista passou a trabalhar com tombo de 4,7% da produção industrial em 2015. Nessa estimativa também contemplados os efeitos da redução dos investimentos da Petrobras, o nível baixo da confiança do empresariado e dos consumidores, os efeitos do ajuste econômico e, ainda, o pouco dinamismo previsto para o comércio exterior, já que a Argentina segue em recessão.

Para o economista-chefe da INVX Global Partners, Eduardo Velho, o avanço previsto de 2,4% para a produção na abertura do ano deve ter sido influenciado por uma reação pontual dos fabricantes de bens de capital, que amargam retração de 23% em dezembro. Já em relação ao mesmo mês de 2014, a indústria deve ter continuado em terreno negativo, pondera Velho, em linha com a desaceleração da demanda doméstica, provocada tanto pelo aperto das condições monetárias quanto pela deterioração do mercado de trabalho, que tende a ficar mais explícita no segundo semestre deste ano.

Fonte: Valor Econômico

Coluna do CIEAM Ver todos

Estudos Ver todos os estudos

Diálogos Amazônicos Ver todos

CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas © 2023. CIEAM. Todos os direitos reservados.

Opera House