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Amazonas tem redução de seis mil empregos na indústria em 2014

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26/01/2015

No último ano o Amazonas amargou a redução de pouco mais de seis mil postos de trabalho, com variação negativa de 1,27%. Os setores que registraram maiores saldos negativos foram da indústria de transformação (6,1 mil) e o da construção civil (4,9 mil). No entanto, o comércio fechou o ano com saldo positivo de 3 mil novos postos de trabalho e o setor de serviços também terminou o ano com seus quadros funcionais no azul, com mais 2 mil novos postos de trabalho. Em 2013 o saldo de empregos foi positivo com a criação de 24,3 vagas celetistas.

Os dados são do Caged, divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O Caged registra os números dos empregos formais. Conforme o Cadastro, os maiores índices de desligamentos relacionados à “indústria de transformação” estão divididos entre a indústria do material elétrico e de comunicações com o registro de 4,4 mil desligamentos; seguido da indústria do material de transporte, na qual o polo de duas rodas está inserido. O subsetor apresentou queda de pouco mais de 1,7 mil.

O segmento da construção civil teve baixa de 4,9 mil oportunidades, com variação negativa de 12,96%. Entre os setores que apresentaram números positivos estão o comércio, com a abertura de três mil vagas e variação de 3,24%; e o de serviços, com a atuação de mais dois mil profissionais no segmento. A variação foi de 1,16%.

Para o vice-presidente da Fieam, Nelson Azevedo, o resultado negativo apresentado pelos subsetores da indústria em 2014 é um reflexo da desaceleração da economia brasileira. Ele considera que as medidas tomadas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, quanto ao aumento dos impostos deveriam estar somadas às reduções nas despesas do governo federal, segundo ele, desta forma o cidadão não sofreria tantos impactos no poder de compra. “A economia está desaquecida e corremos um sério risco de recessão. O primeiro semestre deste ano não será diferente do que vivenciamos em 2014. O declínio econômico reflete na produção e no nível de emprego”, disse. “Apesar dos índices negativos ainda não temos planos para reduzir postos de trabalho, mas caso a situação não melhore será uma medida necessária”, alertou.

Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon), Eduardo Lopes, o alto índice de demissões deve ser atribuído a dois fatores que são o atraso no repasse de pagamentos por parte do governo federal às obras do PAC e do projeto Minha Casa Minha Vida; e também ao decréscimo nos índices registrados pelo setor no último ano. O sindicato esperava ter um crescimento de 2% na construção civil do Estado mas a expectativa foi frustrada. “Ainda não temos esse balanço fechado mas com certeza não alcançamos esse crescimento. Desde novembro temos registrado atrasos nos pagamentos por parte do governo federal. Esse conjunto de fatores levam a esse número de demissões”, explica.

No entanto, os dados do Caged mostram que, no Amazonas, os setores de comércio e serviços fecharam o ano de 2014 com resultados positivos. De acordo com os dados, 2014 terminou bem para os setores de comércio varejista e atacadista, que geraram 3.059 novos postos de trabalho. O setor de serviços também obteve bons números, fechando o ano com saldo de 2.050 empregos, valor impulsionado principalmente pelos bons resultados dos subsetores de alojamento, alimentação e medicina. O mês de dezembro foi o principal responsável pelos resultados negativos em 2014, entre os setores que mais perderam postos de emprego, a construção civil e os serviços foram os que mais se destacaram, juntos eles fecharam aproximadamente 4 mil postos de trabalho. Os resultados ruins do setor de serviços foram consequência do alto número de demissões no subsetores de administração imobiliária e hotelaria. Para o Superintendente Regional do Trabalho, Edson Rebouças, os resultados de dezembro ocorreram por razões sazonais, “o mês de dezembro historicamente possui resultados negativos para a indústria, pois a produção de estoque de vendas é feita nos meses anterior, além disso, a entressafra agrícola, e o período de chuvas também contribuem para os números negativos do Estado ”.

Contratações superam demissões


No país, o ritmo de expansão do mercado de trabalho formal brasileiro teve uma queda forte em 2014. As contratações de trabalhadores com carteira assinada superaram as demissões em 396,9 mil vagas, um terço do resultado de 2013. As demissões na indústria e na construção civil foram as principais responsáveis pelo fraco desempenho do mercado de trabalho no ano passado, o pior registrado pelo governo desde 2002.

Em dezembro, a expectativa era fechar 2014 com 700 mil novas vagas de trabalho criadas no ano. No entanto, as demissões do último mês, marcado pelo fechamento de postos criados para atender a demanda de fim de ano, excederam o esperado –foram 555,5 mil postos fechados. Foi o pior dezembro desde 2008, quando foram fechadas 654,9 mil vagas. Os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) foram divulgados nesta sexta-feira (23) pelo Ministério do Trabalho.

Setores

Os setores que sustentaram a criação de vagas foram o de serviços (476,1 mil postos) e comércio (108,8 mil postos). Na indústria, 163,8 mil vagas foram fechadas em 2014. No ano anterior, a indústria havia ampliado em 122,8 mil vagas a sua força de trabalho formal. O setor de material de transportes, afetado pela crise internacional e retração na demanda de importantes compradores, como Argentina, registrou a maior sangria, com 41,4 mil postos fechados. As indústrias metalúrgica e mecânica, que compõem a cadeia automobilística, demitiram 29,9 mil e 18,5 mil trabalhadores em 2014, respectivamente. A indústria têxtil e de vestuário fechou 20,8 mil postos, e a de calçados, 18 mil.

O único segmento da indústria que não demitiu foi de bebidas e alimentos, que expandiu o nível de emprego em 12,3 postos. O setor de construção civil registrou uma queda de 106,5 mil postos. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira pelo ministro Manoel Dias, em Florianópolis, Santa Catarina, justamente o Estado de melhor desempenho na criação de vagas formais de emprego, com 53,9 mil novos postos.

Fonte: JCAM


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