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Demanda menor por refrigerantes amplia concorrência em sucos e chás

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09/10/2015

A queda na demanda por refrigerantes tem levado a uma mudança na concorrência do mercado de bebidas não alcoólicas. Agora, as fabricantes de sucos, bebidas funcionais, chás e águas de coco brigam entre si para ampliar sua presença no mercado brasileiro.

"Cada vez mais a briga pela liderança no mercado de soft drinks deixará de ser apenas no âmbito dos refrigerantes e será extrapolada para outras categorias tais como a água flavorizada, sucos, chás prontos para beber, energéticos e outros", afirma a analista da consultoria Euromonitor International, Angélica Salado.

Ela destaca que hoje muitas categorias têm, gradualmente, tomado o lugar dos refrigerantes. A diferença, segundo Angélica, é que nas novas categorias o mercado é muito segmentado, o que tem forçado as empresas a investirem em novos produtos. "Esta é a principal movimentação que podemos esperar nos próximos anos."

Já o gerente de atendimento e negócios da consultoria Kantar Worldpanel, Guilherme Scalco, destaca que a perspectiva para as categorias de refrigerante light e diet é de retração ainda mais intensa nos próximos anos. "Esses produtos se encontram em uma espécie de limbo, pois não são tão saudáveis e nem tão indulgentes para o consumidor como o refrigerante regular", revela.

Ele cita água de coco e suco pronto para beber como produtos que têm avançado sobre a demanda de refrigerantes. "Tais categorias ainda são muito pequenas, mas roubam volume e as grandes empresas do setor têm percebido essa mudança e estão investindo em alternativas", observa.

A Coca-Cola, líder em refrigerantes e dona da marca de sucos Del Valle, por exemplo, anunciou recentemente a compra de uma parte da fabricante norte-americana de sucos orgânicos, Suja Life.

Retração


Para o presidente da Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras), Fernando Rodrigues de Bairros, o movimento de ampliação do portfólio, embora seja uma tendência, não será suficiente para evitar a retração nas vendas neste ano. "As empresas tem passado por um processo de diversificação, mas as vendas continuam caindo", diz.

De janeiro a setembro, a produção de refrigerantes no País atingiu 10,588 bilhões de litros, volume 5,95% menor ante 2014, de acordo com dados do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe), da Receita Federal.

A Bioleve, com fábrica em Lindóia (SP), tem investido em novos produtos como alternativa para continuar crescendo e fazer frente às grandes concorrentes do setor.

"A queda no consumo de refrigerante pode nos ajudar, já que abre espaço para as nossas outras linhas de produto", avalia o diretor da empresa, Sylvio Parente. Ele conta que a linha de água mineral representa 70% das encomendas da Bioleve, seguida por sucos. "Temos também novos produtos com apelo saudável, que têm colágeno e ômega 3", lembra ele.

Segundo o executivo, a demanda por esses produtos cresce exponencialmente, mas a receita nessas linhas ainda é pouco significativa.

Parente reconhece que a desaceleração da economia tem impactado os negócios da empresa. O crescimento de 25% a 30% em faturamento previsto para 2015 foi revisado para alta entre 10% e 15%, em linha com a inflação acumulada no ano, que já está em 7,64%, com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

"Mesmo que o momento atual seja mais desafiador que anos anteriores, continuaremos investindo para ganhar espaço nas novas categorias."

Parente lembra que, depois da linha de água mineral, um dos principais produtos da empresa é o Bioleve Zero, concorrente direto da marca H2O da PepsiCo.

Movimentação


Angélica, da Euromonitor, observa que a a PepsiCo tem adotado uma estratégia mais dinâmica e menos reativa em relação ao mercado brasileiro. "Eles estão apostando um pouco mais na inovação e em nichos de mercado. Ao invés de focar apenas no segmento de carbonatados. A PepsiCo tem expandido seu portfólio em outras categorias, como é o caso do lançamento da linha de águas saborizadas Hello by H2OH e do sistema de bebidas em cápsulas Drinkfinity", cita.

O último relatório financeiro divulgado pela Ambev, que detém uma parceria com a PepsiCo para produção e distribuição de alguns itens do portfólio de bebidas da marca global, confirma a retração na venda de refrigerantes.

"Tivemos participação recorde de 19,6% no [segundo] trimestre, com um bom desempenho de Pepsi, Guaraná Antarctica e Guaraná Antarctica Black no primeiro semestre do ano. Entretanto, o volume da indústria caiu", cita a companhia no relatório.

Procurada pela reportagem, a PepsiCo não pode atender até o fechamento da edição.

Fonte: DCI

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