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Plano de mobilidade urbana: Indústria quer participar da discussão dos transportes

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28/07/2015

Com uma contribuição robusta para a economia local – 80% da base econômica – e um contingente de colaboradores que ultrapassa – demissões da crise à parte – os 120 mil colaboradores diretos e seus 600 mil indiretos, interessa às empresas e aos seus colaboradores, suas famílias e a própria comunidade assegurar participação mais detalhadas no Plano de Mobilidade Urbana, contratado com uma empresa paulista que precisa conversar mais com os nativos e coletar dados de suas demandas de mobilidade. Foram feitas diversas audiências públicas, às pressas, sem consequência nem coleta de dados. De acordo com Augusto Rocha, doutor em logística, docente da Ufam e diretor de logística da FIEAM/CIEAM: " Esta proposta – ora em estudos e definições no âmbito da municipalidade – precisa considerar métrica dos indicadores, dos parâmetros ou variáveis na ótica do passageiro – sua origem, destino e conforto – numa relação estreita com a mobilidade sustentável, isto é, atenta aos interesses socioeconômicos da cidadania e estribada nos critérios e referenciais do seu meio ambiente, como sugere a Agenda 21."

Cidade industrial


Nunca é demais lembrar que esta Agenda 21 foi formulada pela ONU, em 1992, no Rio de Janeiro, sendo o Brasil o primeiro signatário e seu propositor, na Conferência Rio-92, sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Essa discussão precisa considerar a base material, fator de sustentabilidade. "Não faz sentido proibir tráfego de caminhões numa cidade industrial como Manaus, basta ordenar em comum acordo com os interessados, a indústria e o cidadão",diz Augusto. A luta obstinada pela sustentabilidade do projeto de Mobilidade Urbana de Manaus deve, necessariamente, fundar-se na interação existente entre Transporte e Uso do Solo e essa relação precisa debater, escolher, socializar e respeitar um conjunto de indicadores, um deles é a demanda é rotina do Distrito Industrial, cuja competitividade está associada a transporte, de gente e de produtos. Assim, com essa métrica, dá para avaliar alcance, eficácia, eficiência técnica, transparência e permanência do Plano.

Prefeitura responde

Após a realização de nove audiências públicas para apresentação de sugestões ao Plano de Mobilidade Urbana, técnicos da Prefeitura de Manaus que coordenaram as reuniões começaram o processo de consolidação das propostas para o documento. A previsão é que esta etapa seja concluída no mês de julho. Além das audiências públicas realizadas no período de 1 a 10 de junho em todas as zonas da cidade, os acadêmicos da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Universidade Federal do Amazonas (Ufam) também participaram com sugestões. Houve ainda uma reunião exclusiva para ciclistas. Surgiu a proposta de implantação do projeto cicloviário com o compartilhamento das vias entre bicicletas e veículos motorizados; construção de novos terminais de integração; ampliação dos corredores de ônibus; implantação de novas tecnologias para o controle de tráfego e informação aos usuários.

Coletar e partilhar informação


Com uma frota de ônibus que é quase o dobro dos ônibus em circulação, as empresas querem inserir suas questões e exigem a socialização da informação ou produção das informações necessárias, e torná-las públicas e abertas à participação de todos os atores envolvidos. "Este é o nó dessa delicada questão: coletar, sistematizar e utilizar esse conjunto de informações, estudos, cenários e desafios para a avaliação de gargalos, potencialidades e fragilidades urbanas, e todas as demais premissas, conceitos e paradigmas em jogo, à vista dos interesses comuns desta e das futuras gerações". Augusto crítica à pressa de um Plano que teve muito tempo para consultar as pessoas e fazer coletas detalhadas de informação.

Gestão e desinformação


Recentemente uma carreta tombou na passagem de nível da antiga Rua Paraíba, atual Umberto Calderaro, lembrou o professor Augusto Rocha, ocupando uma das pistas, por onde rolam dois mil carros por hora. A cidade parou, pelo estrangulamento viário provocado supostamente pelo acidente, transformado, logo em seguida, num argumento forte para reduzir/cercear a circulação de carretas numa cidade essencialmente industrial como é Manaus. "Ora, a carreta tombou – num acidente circunstancial – ocupando apenas uma pista e deixando outras duas para o fluxo rotineiro da cidade. A decisão de retirar o veículo ainda em horário de rush e não na madrugada do tráfego inexistente de veículos foi a causa – e não o tombamento da carreta – da confusão/engarrafamento infernal". E é essa interatividade que se faz necessária entre o poder público e os atores do tecido social para estreitar e evitar os equívocos e descuidos do cotidiano.

Afobado come cru


Por isso, também, é preciso compartilhar as premissas e demandas do Plano de Mobilidade Urbana de Manaus, contratado e conduzido, ao que parece, no afogadilho do cronograma de repasses de verbas federais. Que se esclareça, de uma vez por todas essa pendência, que se mobilizem os fatores e atores dessa delicada questão sob pena de condenarmos o interesse público a mais uma tragédia urbana praticada em seu nome. Não podemos avançar sem informações consolidadas. Há suspeitas de que aquelas que estão dando suporte ao detalhamento em curso são de 2005, o que seria desastroso, posto que em 10 anos a cidade multiplicou a demografia e sua estruturação urbana, agravando todos os indicadores de origem, destino, modelagens de transporte, descasos acumulados de providências urbanas na mobilidade da população e por aí vai. Ou não… !

Prioridade: transporte coletivo


Henrique Martins, diretor da ManausTrans, lembra que a realização das audiências públicas foram coordenadas por representantes do Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito (Manaustrans); da Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU) e da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf). O Plano de Mobilidade Urbana apresentará as diretrizes para os próximos 20 anos para a cidade de Manaus. O direcionamento do Plano prioriza a diminuição da necessidade de viagens motorizadas e repensa a circulação de veículos. "O Plano apresentará prioridade para o transporte coletivo; formas de reduzir os impactos ambientais da mobilidade urbana e projetos que proporcionam mobilidade aos pedestres e às pessoas com deficiência".

Fonte: Maskate

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