CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas

Notícias

Polo Industrial de Manaus perde 12,1 mil empregos em 12 meses

  1. Principal
  2. Notícias

22/05/2015

A crise econômica brasileira começa a bater forte na indústria instalada no Amazonas. Nos últimos 12 meses, o Polo Industrial de Manaus (PIM) perdeu 12,1 mil postos de trabalho. Em março de 2014 eram 126,5 mil trabalhadores efetivos, terceirizados e temporários na indústria da Zona Franca de Manaus (ZFM) e, março deste ano, fechou com 114,3 mil trabalhadores registrados pelos Indicadores da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), divulgados na quinta-feira (21).

Segundo os dados da autarquia, esse é o menor números de trabalhadores no PIM, desde fevereiro de 2011, quando o distrito industrial empregava 112,7 mil. A média mensal de empregos registrada no PIM chegou a 115.626. Na comparação mês a mês, houve uma redução de postos de trabalho de março ante fevereiro de 114.325 contra 115.480, respectivamente.

Para o superintendente, em exercício, da Suframa, Gustavo Igrejas, “os dados apurados mensalmente pela autarquia apresentam o reflexo das dificuldades econômicas que atingem todo o país. Apesar da pequena melhora no faturamento apurado no Polo Industrial de Manaus neste mês de março, o cenário ainda é de dificuldades, conforme nota-se não apenas no segmento industrial, mas também em toda sociedade, com retração do consumo e consequente queda de demanda”.

Na avaliação do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), a região está perdendo competitividade devido à infraestrutura precária, com a ausência de um porto público, de ferrovias e estradas para ligar a capital amazonense aos principais centros de consumo. Somam-se a estes entraves as dificuldades impostas pelo governo federal para novos investimentos da indústria na região, o desvio de verbas de P&D recolhidas pelas indústrias de tecnologia, desvio de taxas da Suframa com alegação de composição do superavit primário ou para o BNDES, além do esvaziamento da Suframa, autarquia que está sendo tratada como um simples cartório, com frequente greve de funcionários, o que causa ainda mais prejuízo ao cotidiano das indústrias.

“Infelizmente, este péssimo cenário não é surpresa. A atividade industrial tem sofrido há dez anos e não há perspectivas de melhora em curto ou médio prazo. A greve dos servidores da Suframa deve agravar ainda mais o caos em que se encontra o PIM, que acumula queda de 21% na produção, demite pessoal e corta custos. Sem o trabalho da Suframa as fábricas podem ter um prejuízo de até R$ 422,5 milhões por dia”, alerta Wilson Périco, presidente do Cieam, principal entidade a atuar na defesa das questões da ZFM, que há tempos alerta para o descaso do governo federal para com o modelo.

Neste momento de ajuste fiscal do governo federal há um equivocado lugar comum de que a Zona Franca é despesa, quando na verdade é renúncia fiscal. O modelo é o mais ajustado da história do país, já que gera 120 mil empregos diretos, 600 mil indiretos e aproximadamente dois milhões ao longo da cadeia nacional. Além de garantir a preservação da biodiversidade. “A maior prova disso é que o Amazonas é o Estado mais preservado da Amazônia, com 95% da floresta em pé. A atividade industrial é a maior mantenedora do bioma no Estado, evitando também que o local se torne uma grande rota para o narcotráfico. É preciso lembrar que a Zona Franca foi criada na constituição federal para proteger a Amazônia, levando desenvolvimento para a região Norte, garantindo assim sua ocupação por brasileiros”, afirma Alfredo Lopes, consultor do Cieam.

A entidade vem denunciando os problemas da Zona Franca de Manaus há anos e incentiva novas alternativas econômicas. “Neste processo tenebroso de desindustrialização que estamos passando, não podemos mais contar com um único modelo econômico para a região Norte”, completa o executivo, ressaltando que a Zona Franca de Manaus devolve aos cofres públicos mais da metade da riqueza que produz, bem longe de ser um paraíso fiscal.

Faturamento em queda


O faturamento registrado pelas empresas incentivadas do Polo Industrial de Manaus (PIM) no mês de março apresentou ligeira recuperação frente ao apurado nos dois primeiros meses de 2015. Segundo as informações repassadas pela indústria local à Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), que servem de base para a compilação dos Indicadores de Desempenho do PIM, o parque fabril manauara acumulou faturamento de R$ 19,8 bilhões entre janeiro e março deste ano, o que representa recuo de 6,36% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado (R$ 21,1 bilhões). Ainda assim, a queda de faturamento é menor do que a apurada no primeiro bimestre (-14,24%). Em dólar, o faturamento no trimestre foi de US$ 6.9 bilhões, com retração de 22,60% quando comparado aos três primeiros meses de 2014 (US$ 8.9 bilhões). Assim como em real, a queda também diminuiu quando se compara com o apurado no primeiro bimestre deste ano (-27,39%).

Dentre os segmentos, o Eletroeletrônico (incluindo Bens de Informática) participa com R$ 9,4 bilhões (US$ 3.2 bilhões) do faturamento do Polo Industrial de Manaus – o que representa 47,44% do total do PIM. Em seguida vêm os setores de Duas Rodas, com faturamento de R$ 3,4 bilhões (US$ 1.1 bilhão) e 17,24% de participação; Químico, com faturamento de R$ 2,5 bilhões (US$ 880 milhões) e 12,69% de participação; Termoplástico, com R$ 1 bilhão (US$ 368 milhões) e 5,31% de participação; e Metalúrgico, com R$ 910 milhões (US$ 318 milhões) e 4,60% de participação. Outros subsetores representam 12,74% do faturamento global do PIM.

Entre os produtos, os destaques ficaram por conta da produção de discos e aparelhos reprodutores de Blu Ray, com acréscimo de 144% e 55% respectivamente; aparelhos home theater, com 133%; condicionadores de ar de janela, com 44%; autorrádios, com 33%; e aparelhos receptores de sinal de televisão, com 30%.

Destaca-se, ainda, o fim da fabricação de dois produtos eletroeletrônicos: os televisores em cores (modelos CRT) e os televisores com tela de plasma, cuja fabricação em 2014 alcançou nível recorde devido ao baixo custo da matéria prima.

Fonte: JCAM


Coluna do CIEAM Ver todos

Estudos Ver todos os estudos

Diálogos Amazônicos Ver todos

CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas © 2023. CIEAM. Todos os direitos reservados.

Opera House