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Funcionários da Suframa não descartam nova greve

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27/02/2015

Um ano depois de deflagrada a greve dos servidores da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), cuja manifestação durou 46 dias, os funcionários da autarquia ainda não alcançaram o reajuste salarial. O grupo técnico, criado pelo governo federal, com o fim da paralisação para desenvolver estudos sobre o aperfeiçoamento e a reestruturação da carreira dos profissionais encerrou as atividades em novembro de 2014 sem nenhuma sinalização positiva.

Segundo o diretor do Sindicato dos Funcionários da Suframa (Sindframa), Sidnei Nunes, foram realizadas durante o ano passado apenas quatro reuniões com o grupo técnico, que envolvia diversos órgãos federais. Mas, em nenhuma delas houve acordo sobre o reajuste. "Os principais ganhos que tivemos foi a flexibilização do horário de trabalho e os cursos de treinamento e capacitação, que inclusive estão acontecendo", disse.

Em dez anos o salário de um analista técnico administrativo da Suframa saltou de R$ 1.051,15 para 4.849,85 em 2014. No mesmo período o ganho de um analista do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior (Mdic), cujo desempenho de funções são similares, saltou de 5.049,78 para R$ 14.275,64.

O mesmo cargo na Receita Federal sofreu reajuste salarial de R$ 2.57,56 (2004) para R$ 8.798,88 (2014), no Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) saltou de R$ 2.268,03 para R$ 7.107,56. Os dados são da Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).

Para o diretor do Sindframa, a defasagem salarial dos servidores da autarquia que, atualmente ocupa o 144º lugar no ranking salarial no quadro de nível superior da União, gera uma insatisfação que pode deflagrar uma nova greve. "A paralisação não está descartada. O ato pode ser nosso último recurso de abrir novamente uma negociação no Planalto para resolver essa questão que é extremamente crítica", avaliou.

Nunes contou que a Suframa tem perdido servidores – em funções especifica como engenheiros e arquitetos – de seu quadro em função da remuneração baixa. Segundo ele, a evasão com as desistências e pedidos de exoneração de servidores que não vêem perspectiva de melhorias tem deixando o órgão em estado de abandono. "Estamos fazendo um levantamento para levarmos à situação à bancada do Amazonas", revelou. Ele disse ainda que um servidor de nível superior da autarquia ganha menos que um auxiliar de serviços gerais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Após a greve do ano passado, o Sindframa elaborou uma proposta de criação de Carreira dos Servidores da Suframa, com os cargos de analista e técnico de desenvolvimento regional, cujos vencimentos básicos variavam de R$ 6.886,70 a R$ 9.818,51 e R$ 3.925,42 a R$ 5.596,55, respectivamente. Porém, conforme Nunes, o MPOG negou qualquer possibilidade de reajuste. "O governo disse entender que o aumento era justo, mas pela dificuldade de caixa não poderia conceder o incremento", relatou.

Troca de ministro prejudicou ação


O superintendente em exercício da Suframa, Gustavo Igrejas, avaliou as reivindicações remuneratórias dos servidores da autarquia como "absolutamente justas, oportunas e necessárias". Porém, ressaltou que a ação perdeu força com a troca de ministro do Mdic, no final do ano passado.

Para Igrejas, é preciso começar uma nova negociação com o MPOG e demais ministérios envolvidos para ver de que forma poderá haver um horizonte de aumento para os servidores. "Esse ano será complicado, visto que é um ano de ajuste fiscal. Mas não vamos deixar de somar esforços para que nesse ano se consiga ter uma solução para a questão dos salários. Eu sou servidor de carreira da Suframa, então mais do ninguém eu apoio as reivindicações", disse.

O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, disse que os empresários do PIM esperam que o problema dos servidores da Suframa seja solucionado. Ele destacou que a baixa remuneração é uma injustiça com os funcionários da autarquia, que são pessoas qualificadas. "Tem que haver uma atenção especial. O que não pode é a pessoa trabalhar desestimulada, desmotivada e mal remunerada", frisou.

Fonte: Amazonas Em Tempo

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